Pesquisa do IBGE aponta que 1,4% dos mato-grossenses se declaram homossexuais ou bissexuais; 96% afirmam ser héteros

Foram ouvidas 2.510 pessoas. Os dados se referem ao ano de 2019, mas foram divulgados nesta semana.

O Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nessa quarta-feira (25) uma pesquisa inédita em que revela a orientação sexual da população. Em Mato Grosso, 96,9% dos moradores responderam que se consideram heterossexuais, enquanto 1,4% se disse homossexual ou bissexual. Outros 1,5% não responderam ou não sabiam responder à pergunta.

Os dados utilizados pelo instituto se referem ao período pesquisado em 2019.

Em Cuiabá, o cenário também se repete. Segundo o IBGE, 97,4% se autodeclararam heterossexuais, sendo maior que a média estadual, e 1,9% responderam que se identificam como homossexuais ou bissexuais; outros 0,7% não quiseram responder ou não sabiam.

De acordo com o levantamento, em todo o estado, foram ouvidas 2.510 pessoas acima de 18 anos. Deste total, 2.433 responderam que se consideram heterossexuais; 36 disseram que são homossexuais ou bissexuais, e outros 36 se recusaram a responder ou não sabiam. A pesquisa apresentou um intervalo de confiança de 95%.

Segundo a coordenadora geral do Coletivo Negro Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso, Lupita Amorim, a pesquisa demonstra um certo avanço em relação à visibilidade da comunidade LGBTQIA+, porém, ainda carece de ajustes.

“As pesquisas do IBGE ainda precisam avançar no que diz respeito à identidade de gênero da população brasileira, visto que estes dados serão fundamentais para elaborar, planejar e executar políticas públicas voltadas para a população LGBTI+ brasileira, sobretudo pessoas trans e travestis”, afirmou.

Na capital, a pesquisa ouviu 476 pessoas. Dessas, 463 afirmaram ser heterossexuais, nove responderam ser homossexuais ou bissexuais, e outros 3 se recusaram ou não sabiam responder.

O estudo inédito do instituto ajuda a aprimorar as pesquisas sobre esse público nas instituições científicas, segundo Lupita.

“Ter acesso a esses dados via IBGE é um avanço para utilizarmos nas nossas pesquisas e produções de conhecimento a respeito de gênero e sexualidade no Brasil. Historicamente, dados a respeito da comunidade LGBTI+ tem sido feito de maneira informal e sem financiamento público”, explicou.


Fonte: G1 MT

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