Mesmo com a desativação definitiva do aterro sanitário municipal de Cuiabá anunciada, caminhões da prefeitura, do programa Cata-treco, continuam jogando camas, sofás, televisores, portas, janelas, entre outros objetos no local. Na sexta-feira (31), após 26 anos em funcionamento, o município anunciou que o aterro estava fechado definitivamente, pois os materiais de coleta domiciliar, comercial e de limpeza urbana devem ser totalmente destinados ao Ecoparque Pantanal, próximo ao bairro Pedra 90.
Nesta segunda-feira (03), a equipe do jornal A Gazeta esteve no antigo aterro. No local há muito lixo orgânico a céu aberto, restos de móveis jogados, urubus sobrevoando a área, assim como pombos e garças, além de porcos caminhando entre o lixo. O cenário ainda se completa com chorume, que é um líquido resultando do processo de decomposição do lixo orgânico, espalhado em poças pelo chão.
Até sexta-feira, cerca de 320 catadores de materiais recicláveis se dividiam para recolher resíduos sólidos, vender para programas de reciclagem e garantirem sua própria renda.
Agora, o aterro sanitário é um espaço sem qualquer pessoa trabalhando, além dos caminhões do programa cata-treco descarregando no local, apenas um casal estava recolhendo lavagem do chão.
Segundo estudos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o aterro sanitário está em funcionamento desde outubro de 1996, pois até setembro daquele ano o sistema de coleta de lixo da Capital se resumia a um lixão às margens da rodovia Emanuel Pinheiro.
A proposta era de que o aterro fosse para reciclar parte do lixo coletado e o material orgânico seria transformado em adubo. Porém, nem a prefeitura ou as empresas que prestaram serviço no local cumpriram com a proposta e ao longo dos anos o local se tornou um lixão a céu aberto.
Na época da inauguração, a produção de lixo diária da cidade era de 280 toneladas, e ultrapassava a capacidade do local recém-inaugurado. As últimas informações da Prefeitura de Cuiabá apontam que o aterro sanitário estava recebendo cerca de mil toneladas de lixo por dia.
Fonte: Gazeta Digital