Em meio à disputa entre os modais VLT (veículo leve sobre trilhos) e BRT, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e o governo de Mato Grosso reagiram de maneira distinta à decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) da tarde desta sexta-feira (6), que determinou a suspensão de todo e qualquer procedimento que altere o modal de transporte VLT para BRT em Cuiabá e Várzea Grande.
Procurado pela reportagem do GD para comentar a decisão do TCU, o prefeito Emanuel Pinheiro disse que a sensação é de alegria e segurança nas instituições e nos órgãos de controle.
Por outro lado, o governo de Mato Grosso informou, via nota,”que lamenta que o ministro tenha sido induzido ao erro pelo Município de Cuiabá, tendo em vista que não há recursos federais envolvidos na referida obra”.
A decisão liminar assinada pelo ministro Aroldo Cedraz nesta sexta acata o pedido do prefeito de Cuiabá. Ele solicitou a suspensão por possíveis irregularidades na decisão do governador Mauro Mendes (União) em abandonar o VLT em prol do BRT.
Emanuel disse ainda que Cuiabá e Várzea Grande merecem uma virada de página em seus respectivos transportes coletivos e criticou o BRT. “Esse BRT meia boca é coisa do passado. Não representa os avanços necessários para se transportar com dignidade, segurança e modernidade milhares de pessoas”.
De acordo com o prefeito, o ministro acolheu os argumentos de Cuiabá, no qual o principal seria uma tomada de decisão sem a participação dos dois municípios interessados, Cuiabá e Várzea Grande.
Emanuel diz ainda que a decisão do governo do estado de, sozinho, promover essa mudança depois de todo o lamentável histórico de quase 10 anos do VLT e seus vultosos recursos já despendidos é uma “agressão do governo do estado à lei”.
“Buscamos na justiça e nos órgãos de controle o reparo dessa decisão unilateral que não representa o melhor para o povo”.
O modal já recebeu mais de R$ 1 bilhão de investimento e fazia parte do pacote de obras da Copa do Mundo de 2014.
Confira na íntegra a nota do Governo de Mato Grosso
O Governo do Estado recebeu a notícia da concessão da medida liminar pelo Tribunal de Contas da União suspendendo a obra do BRT e lamenta que o ministro tenha sido induzido ao erro pelo Município de Cuiabá, tendo em vista que não há recursos federais envolvidos na referida obra.
O pedido de reconsideração ao TCU será apresentado na próxima semana para restabelecer a verdade dos fatos e permitir o início imediato das obras tão aguardadas pela população de Cuiabá e Várzea Grande.
Fonte: Gazeta Digital