Deslizamento próximo ao Portão do Inferno gera cobranças por estudos mais aprofundados sobre riscos

Sete dias depois de vários órgãos realizarem vistoria técnica nos paredões do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, um deslizamento de terra foi registrado na tarde desta segunda-feira (17.01) próximo ao Portão do Inferno, na estrada para Chapada dos Guimarães (64 km de Cuiabá), a MT-251. A vistoria realizada no último dia 10, constou como seguro o tráfego pela Rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251).

Ao VGN, a Defesa Civil informou que ainda não tem detalhes do deslizamento. “Uma equipe foi encaminha ao local para averiguar a situação.”

Entretanto, a presidente do Instituto Mato-Grossense de Espeleologia (IMEsp), Natally Neves Linha, em entrevista nesta segunda-feira (17.01) afirmou que o instituto não foi convidado para a vistoria técnica realizada por quatro órgãos estaduais, ICMBio e Prefeitura Municipal. Segundo Natally, o deslizamento é um processo natural neste período de chuvas, porém, ainda é necessário apresentar medidas efetivas “como a contratação de serviço para fazer análise da real situação dos paredões de Chapada.”

 

“A equipe da Defesa Civil veio aqui até o Portão do Inferno e fizeram uma vistoria, mas o IMESP acredita que faltou estudo que seja mais aprofundado, Instituto não foi nem oficiado e nesse instituto estão os maiores pesquisadores e até do Brasil nessa área. Então eles não foram comunicados, eles podem e devem fazer vistorias, eles são a maior autoridade sobre isso e eles estão preocupados”, declarou.

A vistoria foi realizada às pressas após um imenso pedaço dos cânions de Capitólio, em Minas Gerais, matar 10 pessoas aos se soltou e atingir, ao menos, três lanchas que estavam atracadas no Lago de Furnas, ponto turístico da região.

Requerimento – O deputado Valdir Barranco (PT) requereu na última sessão ordinária (11.01) da Assembleia Legislativa (AL) informações da secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti e ao secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira e Silva, a fim de obter informações sobre quais os riscos de desprendimento de rochas no Portão do Inferno e região de Chapada dos Guimarães.

Consta da justificativa, que em novembro do ano passado parte da Estrada da Chapada (MT-251) ficou bloqueada por um deslizamento de terra. A mesma situação ocorreu na rodovia no ano de 2016, também devido às fortes chuvas. Em outros pontos chegou a haver interdição, devido ao risco. No ano de 2008 a cachoeira do Véu de Noiva foi fechada após desmoronamento de rochas, que causou a morte de uma adolescente de 17 anos e deixou 20 pessoas feridas. Em 2015 o Mirante de Chapada dos Guimarães foi interditado em decorrência da possibilidade de desabamento. À época foi identificado risco iminente de desabamento do solo em placas de até 15 metros, em vários pontos.

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